quinta-feira, setembro 27, 2007

Quiet Morning

Hoje foi uma manhã cinzenta estranha. Na verdade hoje foi uma manhã cinzenta absurda. Eu estava caminhando, feliz por sentir frio, preocupada porque mais uma vez havia esquecido de pentear os cabelos, ignorando o cadarço desamarrado, quando me deparei com uma mulher – e ela não era puta nem nada, ao menos não parecia uma, porém, como afirmar? – trajando apenas um biquíni de crochê branco muito pequeno e comportando peitos enormes do tamanho da minha cabeça. Parei. Se eu morasse ao lado da praia isso seria normal - a não ser pelo tamanho dos peitos - mas eu não moro num bairro que tenha praia. Na verdade eu até moro distante da praia. Ver uma mulher caminhando pela rua às 6:40 da manhã trajando nada além de um biquíni branco de crochê com peitos do tamanho de bolas de boliche me arrancou da hipnose matinal e me fez indagar a possibilidade daquilo ser sonho ou alucinação. Não era. A mulher realmente estava lá, atraindo todos os olhares e um silêncio mortal que pairou na cidade naquele momento. Ninguém buzinava e ninguém conversava. Acho que se ela estivesse nua a comoção não teria sido tão grande. Ninguém entendeu nada. Eu não entendi nada. Mas segui caminhando e colecionando mais uma coisa absurda para contar.

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