quarta-feira, setembro 19, 2007

give me a head with hair

Hoje levei um susto. Após meses sem pintar as madeixas – acho que nunca tinha passado tanto tempo sem tinta – olhei-me no espelho e vi dois dedos de raiz loira despontar do couro cabeludo. Foi um choque. Pinto os meus cabelos desde que descobri, por volta dos 11 anos, que o que eu mais gostava de fazer era pintar os cabelos. Houve uma época que eu mudava de tinta com tanta freqüência que as pessoas próximas apostavam qual seria a minha próxima cor. Já fui de tudo: uma loira gelada, uma ruiva inconseqüente, uma morena apaixonada, e até já brinquei de barbie de cabelo rosa e roxo. Meus cabelos sempre foram um espelho da minha personalidade e dos meus humores. Hoje confesso que cansei. Ainda troco muito de tinta, mas permaneço dentro dos tons de castanho. Sair do preto azulado para o vermelho moranguinho dá um trabalho do diabo e não tenho me sentido nem preto, nem vermelho. O resultado taí, raizes loiras desabrochando e me pegando de surpresa. Será essa a minha cor natural? Será isso um sinal de que não importa o que eu faça sempre retornarei as minhas raizes? Eu só sei que loira eu não fico, porque como quase tudo na minha vida, nasci com uma cor que não era a minha. Eu não deveria ter nascido com esse cabelo grosso alemão igual ao da minha avó que morreu aos 83 cabeluda como um macaco – desculpa vovó, não achei melhor comparação – mas sim com um cabelo nipônico comprido de dar inveja e fininho de não parar presilha alguma.

Óh azar.

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